submersa e respirando bem.

Milena Vieira
2 min readSep 22, 2021

--

Há exatos 9 anos eu participava de um dos principais sacramentos da fé que professo.

Sempre digo que minha decisão de batismo não foi fator determinante para uma transformação de vida, porque aos 13 anos eu mal conhecia o Deus que sirvo e a quem entreguei meus caminhos. Fato é que os entreguei, mas somente anos depois entendi o que isso significa.

Mas então, o que realmente essa decisão de fé significa?

Minha jornada até aqui tem sido um longo processo de conhecimento; sobre Deus, sua criação (onde me incluo) e como tudo isso se relaciona num só propósito e objetivo. Todavia, essa transformação necessária que o Evangelho gera é intrínseca ao autoconhecimento; afinal, a verdade liberta. Só podemos mudar o que conhecemos. Isso parece óbvio, mas tratando-se de uma religião historicamente hegemônica, nem sempre entendemos qual a transformação que o Evangelho se propõe a efetuar.

Por muito tempo sustentei internamente um padrão estético e comportamental do que deveria significar ser mulher e cristã. Padrão esse que - ironicamente - me distanciava cada vez mais de Cristo, pois eu via diante de mim um modelo de vida que é apenas um recorte de tudo que o Eterno é e faz. Um recorte que não necessariamente se encaixa a mim. A imago Dei existe em diversos povos, etnias e nações diferentes. Por que eu deveria acreditar que somente uma realmente reflete um Deus Infinito?

Minha confissão pública de fé é uma aliança de compromisso. Compromisso em conhecer a Cristo e me atentar a quem Ele diz que eu sou. Compromisso que se renova diariamente e não supõe ser mais fácil de seguir por não limitar-se a padrões humanamente estabelecidos, mas que ensina através do Amor e não da opressão.

O crescimento que a Graça produz me faz perceber que quanto mais aprendo, mais tenho a aprender; que a Esperança que tem me amparado todos esses anos deve servir de combustível para Esperançar sobre outras vidas. Esse caminho cheio de paradoxos que escolhemos seguir também é sobre conhecer a si mesmo, não com finalidade própria, mas para desfazermos as amarras que limitam o conhecimento pleno do nosso Criador.

O caminho com certeza é longo, mas se o sigo, é porque creio na promessa de que Ele sempre estará conosco.

E Ele sempre está.

--

--

Milena Vieira

cristã, amante de idiomas, fotógrafa por hobbie e escritora por necessidade (própria).